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Janeiro 29, 2025Dislexia
A Dislexia é considerada uma perturbação específica de aprendizagem de origem neurobiológica, que se caracteriza por dificuldades no reconhecimento fluente e/ou preciso de palavras escritas, na ortografia e descodificação. Estas dificuldades podem ocorrer apesar de uma instrução académica adequada e de manter outras competências cognitivas.
É uma das perturbações da aprendizagem infantis mais frequentes. Difícil de identificar, a Dislexia é muitas vezes mal compreendida por pais e professores, passando os disléxicos despercebidos e considerados “normais”, ficando associados ao baixo rendimento escolar normativo.
Algumas crianças nem têm conhecimento do seu problema, apresentando reações emocionais secundárias (por exemplo ansiedade, não gostar de ir à escola, irritabilidade…), decorrentes das alterações específicas nos processos de leitura e escrita. Habitualmente estas dificuldades resultam de uma disfuncionalidade na componente fonológica da linguagem.
Como aprendemos a ler?
Para aprender a identificar a forma escrita das palavras que não conhecemos, deveremos segmentar a palavra escrita em unidades grafêmicas e faze-las corresponder com os fonemas que lhe estão associados (correspondência grafema fonema; por exemplo grafema B, fonema “bê”, grafema E, fonema “efe”; e posteriormente a construção da palavra com sílabas, por exemplo batota, ba…to…ta).
Para este efeito utilizamos a via indireta (mediação fonológica), que obedece a regras de conversão grafo-fonológicas e permite-nos aceder a um grande número de palavras. Ao dominarmos o código alfabético e as suas regras, tornamo-nos leitores autónomos.
Para lermos palavras que conhecemos utilizamos como estratégia que a via direta (procedimento ortográfico), as quais memorizamos a forma escrita, a representação acústica e o sentido. Esta via permite-nos passar rapidamente de uma análise visual de indícios a um tratamento lexical e semântico.
Para os indivíduos disléxicos, o problema reside na instalação dos sistemas neurais associados à leitura, uma vez que as estruturas anatómicas básicas estão intactas.
Os indivíduos disléxicos, quando leem, apresentam uma insuficiente ativação dos percursos neurais da região posterior do cérebro (sistema occipitotemporal, onde é guardada toda a informação relevante de uma palavra, o seu aspeto, o seu som e respetivo significado), considerada uma via mais rápida para a leitura proficiente. Consequentemente têm uma dificuldade inicial em analisar palavras e em transformar em sons.
Em todos os leitores proficientes é possível reconhecer um padrão consistente, seja qual for a idade: forte ativação da zona posterior do cérebro e menor ativação da zona anterior.
A intervenção precoce tem-se mostrado fundamental para minimizar o impacto da dislexia. Após avaliação competente, carece um programa de intervenção concebido e dirigido às dimensões alvo (e.g., consciência fonética, associação grafo-fonética, estratégias de leitura, aprendizagem multissensorial), que tem demonstrado resultados significativos comparativamente aos disléxicos sem intervenção.
Estudos revelam que, após um ano, crianças disléxicas que foram intervencionadas, começaram a usar o sistema posterior da leitura, menor ativação das vias auxiliares do lado direito (usadas anteriormente como estratégias de compensação); desenvolvimento de sistemas neurais situados no lado esquerdo do cérebro, que anteriores, quer posteriores.
Founder & CEO PTSD Center